segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Ao Mestre com carinho!
Texto: Bióloga e Professora da RME Débora Cristina Schilling Machry


             Dia do professor é marcado pelo saudosismo das boas recordações. Peço licença para falar de alguns educadores que marcaram minha vida estudantil. Na minha infância Dª Ida, minha alfabetizadora! Me lembro quando escrevi meu nome, pela primeira vez, na janela condensada de água da chuva e entendi o processo de ler e escrever. Dª Célia, um amor de pessoa, muito calma. Dª Edi com sua organização e fala mansa me deu amor pela Ciência. Dulcy, com suas unhas coloridas sobre os ditados cor de rosa.  Anelise e os ensaios para os desfiles de 7 de setembro. Mais tarde, Inês com sua sabedoria e conhecimento geográfico nos dava limites para que pudéssemos aprender. Dalva com seus números, me ensinou que somos aprendizes por toda a vida. Rose e Ana Maria tinham caligrafia marcante e delicadeza no lidar com o ser humano. Loyola e Arno (in memoriam), agradeço a Deus por ter convivido com pessoas de tanta lucidez e bom coração. Mariza e a vontade que tive de ser bióloga. Marina, amorosa, eficiente, consciente e responsável. Helena, e as aulas de inglês me recordo quando dramatizei a pantera cor-de-rosa (dou risadas até hoje). Xico é meu preparador físico favorito. Ulisses e suas aulas de botânica, com amostras da realidade. Padre Clemente e a simplicidade da vida que está nos pequenos gestos. Ah, como é bom lembrar com carinho de alguém. Tive muito mais professores com certeza, mas com estes mestres a exigência e a credibilidade que tiveram por mim me fizeram a profissional que sou atualmente.
           Muitos professores hoje em dia têm medo de dar limites aos seus alunos: grande engano! Meus pais me davam argumentos e me ensinaram a respeitar aqueles que contribuiriam com minha educação para a vida. Nunca precisei levantar a voz com mestre nenhum e eles muito menos comigo. A minha família apoiava minha educação e não me protegia dos meus erros, afinal errar faz parte das aprendizagens. Meu pai sempre dizia: esgota o conteúdo dado com muitas perguntas, mas não vem com dúvidas para casa, pois o pai tem pouco estudo e não pode te ajudar.
         
Minha família sabia o seu papel na minha educação e na escola os professores não eram pais e mães como acontece hoje em dia. Professor era professor, família era família com suas responsabilidades sem transferências de suas obrigações para os educadores. Bons tempos aqueles!  

 Queridos mestres, agradeço do fundo do meu coração as aprendizagens que nos aproximaram para que criássemos elos que em mim são eternos.  Hoje sou mestre como vocês, muitos trabalharam e trabalham comigo meu motivo de  orgulho. 

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Agenda 21 e Educação Popular

Educação Popular através da AGENDA 21

Texto Bióloga, Supervisora- Referência da Educação Ambiental da SMED, Interlocutora do Consórcio da Bacia Hidrográfica dos Sinos-Prósinos São Leopoldo : Débora Cristina Schilling Machry


Para pensar e agir coletivamente são necessárias diferentes maneiras de encontrar respostas para os desafios diários .  A agenda 21, é uma ferramenta que concebe o currículo formal e não-formal como um conjunto planejado e programado de práticas socioambientais, culturais, econômicas, éticas, étnicas, e etc .
 No nosso dia-a-dia, quando agendamos nossas tarefas queremos com isto nos organizar. Planejando, destinando horários, podemos cuidar de nossa alimentação, estudos, compromissos de trabalho assim por diante. Desta maneira conseguimos nos emancipar, termos controle sobre nossas responsabilidades e até podemos monitorar, avaliar e avançar em nossas conquistas.
Na Rio 92, 179 países assinaram uma agenda 21 para garantir através de suas responsabilidades socioambientais sustentáveis um modelo de desenvolvimento que deveria resultar na melhoria de qualidade de vida no e do planeta. Essa agenda é chamada 21 por que vivemos neste século. Na Rio+20, o documento em questão, foi avaliado e infelizmente pouco foi feito para preservação e sustentabilidade de nossas ações e produtos.
Jovens, crianças, adultos e idosos estão preocupados com a situação atual da natureza e entendem que devem agir para diminuir nossos impactos ambientais. Para atuar de forma significativa  é necessário diálogo, estudo, interdisciplinariedade, contextualização das diferentes realidades (local, regional, e planetária). Também para elaborar um plano de sistematização crítico e investigativo, como é  o caso da agenda 21 é necessária uma proposta que explicite contradições, respeite diferentes visões e percepções. É crucial trabalhar em rede. “Mas não dá para atirar para tudo quanto é lado”, é fundamental focar em ações mais emergentes. 
O principal objetivo da agenda 21 é estabelecer diálogo entre os cidadãos que possuem diferentes saberes e fundamentalmente seu plano de ação é baseado nos sonhos que todos temos para um mundo mais humano, crítico, com controle social consciente, eficiente e responsável dos seus direitos e deveres.
Mas para cada sonho existe uma pedra no caminho. Para cada realidade é necessário um plano de ação, onde deverá haver a aplicação dos conhecimentos formais e não-formais aprendidos durante a vida com nossa família, amigos, professores e vizinhos.
Na escola, o currículo deve ser construído com a compreensão de que os educadores possuem para cada situação diferentes relações, que se estabelecem com os diferentes problemas na comunidade, na escola, na sala de aula, com seus colegas, equipe diretiva, família e alunos...enfim com o meio ambiente.
Encontradas soluções, chega a hora de aplicar o conhecimento adquirido. No currículo dinâmico da nossa vida as aprendizagens são sucessivas, muitas vezes repetitivas e até retrógradas.
Mas se o planejamento for flexível, compreensivo para com as limitações humanas o sucesso é garantido.  Bons agendamentos de sucessos para você!   

           


sábado, 13 de outubro de 2012

Artigo- De Olho nas Nascentes

Nascentes: artérias dos rios
Texto: Bióloga, Supervisora-Referência da Educação Ambiental SMED- São Leopoldo e Professora de Ciências Débora Cristin a Schilling Machry



Nascente do Arroio João Corrêa- Vila Duque
Título da foto: Água Pura em meio ao Lixo!

Nascente do Arroio João Corrêa, na Avenida Mauá

Olho d'água, nascente do Arroio João Corrêa em S.L.
Fotos Débora C.S. Machry

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

O que é ser Professor?

O que é ser professor ? 
Texto :Bióloga, Supervisora Referência da Educação Ambiental da SMED SL  e Professora de Ciências nas EMEFs Barão do Rio Branco e Dr. Jorge Germano Sperb Débora Cristina Schilling Machry 
Ser professor é, em primeiro lugar, aceitar-se e ser aceito como um indivíduo humano sujeito a erros e acertos como qualquer pessoa.  
Ser professor é ter fé num futuro melhor através da educação formal e não-formal, é estudar diariamente para solucionar os desafios na escola e na vida. É planejar, programar, organizar atividades para que a convivência escolar seja prazerosa, provocante, curiosa e às vezes até enfadonha, repetitiva mas necessária.  
Ser professor é ter orgulho da missão de educar, de aprender, de estimular cotidianamente os educandos. É ser exemplo e inspiração para novas realidades mesmo que estas pareçam complicadas no dia-a-dia. O termômetro para sabermos se a pequena semente frutificará no universo da educação se dá através da evolução dos alunos nas suas profissões,  nas suas carreiras,  nas suas vivências com a família, vizinhos, comunidade, cidade, ...planeta.  Ninguém pode esquecer de um professor quando falamos na organização da sociedade mundial.  
Ghandi, Érico Veríssimo, Einstein , Madre Tereza e outros ícones mundiais tiveram seus mestres que ficaram em suas mentes, por que lhes tocaram o coração.  
É deste professor que se trata este artigo. Professor batalhador, que na literatura, na ciência, na história, na arte e assim por diante consegue juntamente com seus educandos, familiares e comunidade deixar uma marca de amizade, convivência, solidariedade, afeto, e até mesmo saudade de amores que ficaram nas suas relações com e para educação. 
Hoje, como professora, me sinto realizada, pois encontro meus alunos: uns trabalham comigo pois são como eu professores, outros rezam comigo em minha casa, outros são psiquiatras, dentistas, donas de casa, músicos, repórteres, geriatras, nutricionistas... E o que me deixa mais feliz é que quando os vejo, depois de tantos anos ainda me reconhecem, vêm em minha direção e me abraçam e beijam 
Sou uma professora realizada, mas que entende que precisa muito ainda aprender, explicar, divulgar, estudar, criticar... pois novas gerações estão chegando e num novo tempo.  
O “novo” sempre é instigante, curioso, precisa cautela e algumas vezes um salto sem pára-quedas. Por isso que a educação é tão estimulante, há respostas certas e outras discutíveis pois o conhecimento é vivo, pulsa nas “cabeças” criativas e críticas.  
Ser professor é vibrar com a profissão que muitas vezes não é reconhecida pelos governos. Mas não podemos parar, pois quem é verdadeiramente professor sabe que nosso sonho vai além da sala de aula.  
Pedras no caminho, sempre existirão, como em cada profissão, mas perder o foco jamais: garantir a aprendizagem  aplicada ao controle social consciente dos direitos e deveres de cada cidadão, respeitando, reciclando, reduzindo, reaproveitando e repensando novas estratégias, hipóteses, teorias pois esta é a base da ciência da nossa formação. Feliz dia dos Professores! 


Semente de Alamanda: Dentro de cada um tem muitos talentos.
Professor também descobre talentos!
" Na natureza nada se perde, tudo se recicla, se transforma e torna a viver nos ecossistemas. Pense nisso!
 Faça sua parte, por menor que esta "parte" possa parecer é melhor agir do que não fazer nada! "Débora Machry

Amor Verdadeiro- Artigo publicado no VS e Correio do Povo

Amor verdadeiro não se compra
Texto : Bióloga, Supervisora-Referência da Educação Ambiental da SMED-SL Débora Cristina Schilling Machry
Muitos pais tem medo de que faltem bens materiais para seus filhos. Tem receio, por que pensam que são responsáveis por todos os prazeres de seus filhos. Evitam ao máximo suas frustrações para que não sintam tristeza ou contrariedades. Como os responsáveis perdem muita coisa boa do crescimento e evolução dos seus filhos  sentem-se culpados e fazem como o presidente Bush mandou quando as torres gêmeas sofreram atentado e ele recomendou em rede nacional: comprem! Bush realmente acreditava que era possível evitar o luto e que era possível preenchê-lo com bens de consumo. Que absurdo!
A proteção pode vir camuflada no consumismo a fala repetida é: “Não quero que falte nada para meu filho! Quero lhe dar aquilo que não tive!”
Será que quando estas crianças virarem adolescentes a vida vai ser mais fácil? Quando a menina tímida, estudiosa se apaixonar pelo rapaz viril e bonito que não sabe que ela existe as compras vão evitar sua tristeza? 
Os progenitores esquecem que lhes foi oportunizado vivências que nem sempre foram perfeitas. Estas foram importantes, recheadas de perguntas com respostas que talvez não eram aquelas que queriam ouvir mas que contribuíram  para seu desenvolvimento psico-emocional. Errar faz parte da vida. A vida não é feita só de prazeres, mas de momentos simples, de cenas repetidas, de exercícios rotineiros e repetitivos para mudarmos para melhor em nosso dia-a-dia e assim cuidar de si e das vidas alheias. Nossos dias não são iguais, alguns são bons, outros muito bons mas não o tempo todo. Entender e aceitar esta premissa, dá uma compre-ensão humana para nossa vida. Não dá para acertar sempre, mas podemos e sabemos que tentar e fazer algo é muito mais do que não fazer nada.
Elogiando os pontos positivos de uma criança, infalivelmente ela melhora. Brincando, permitindo que ela erre, amparando-a na hora certa, escutando mais do que só dando ordens.
Na escola a criança permanece por algumas horas de seu dia-a-dia, nem sempre com um único professor. É de casa que vem os maiores ensinamentos de convivência e relações. Os filhos são o reflexo de seus pais que também estão aprendendo a ser pais. Com isto quero lembrar que pais ou responsáveis também erram e precisam exercitar o perdão com si próprios. Não adianta tentar evitar o que não é bom da vida. É vital que passemos juntos as dificuldades por que não há dinheiro que compre o amor de pai e de mãe.  Sou solidária a causa familiar pois sou filha e mãe. Amo meus pais e meus irmãos.

foto de hibiscus: Débora Cristina Schilling Machry


foto: Líquens da Estância do Sr. Pedro Machry: Débora Machry