quarta-feira, 18 de abril de 2012

CONSUMO  RESPONSÁVEL


  Texto: Bióloga , Professora da RME e  Supervisora-Referência da Educação Ambiental da SMED Débora Cristina Schilling Machry
O nosso corpo precisa de movimento.  O mundo está em constante movimento.
Nossa evolução biológica nos faz lembrar que fomos nômades. Hoje somos sedentários.  Não tínhamos endereço fixo. O alimento era um fator determinante para nossa permanência num determinado local. Ao diminuir a oferta, nossos ancestrais “levantavam acampamento”! O consumo era bastante responsável nestas épocas de alimento escasso. O ser humano não podia desperdiçar, não sabia como armazenar, se proteger, não se organizava para "guardar" como faz hoje em dia (alguns tem armários cheios de coisas que nunca irão usar, outros tem alimentos que só irão estragar ...).
No que diz respeito à gestão do cuidado com ações rotineiras do dia-a-dia com a saúde por exemplo, no quesito exercícios ou alimentação deixamos à desejar, basta ouvir e ver os dados divulgados sobre a obesidade. Hoje em dia temos o carro que nos leva, o ônibus, o trem, a carona, comemos alimentos pré-mastigados (processados), o controle remoto da TV, do rádio,evolução cultural.Mastigar? Pra quê? 
      Estamos indo contra nossa própria natureza. O vício como algo que aprisiona, que faz mal a saúde. Me  faz lembrar uma coisa que meu irmão diz : a pessoa que não mastiga de forma correta bebe água para empurrar o alimento. O vício é semelhante, por que, quando a pessoa não resolve suas questões do seu dia-a-dia de forma clara e coerente tem no vício a ajuda para  “engolir” os “sapos”! Assim como a água junto com a refeição causa má digestão e mau estar, o vício, da mesma forma causa arrependimentos e tristezas desnecessárias.  Então comer, fumar, beber, jogar,... em demasia para se desligar por alguns instantes dos problemas não resolve os entraves de nossa evolução biológica ou cultural, pelo contrário cada vez mais atrasa nosso desenvolvimento necessário para que sejamos pessoas melhores conosco mesmos.
 Portanto é importante, não agirmos contra nossa própria natureza. Precisamos do movimento, do exercício, nossa evolução biológica não pode parar, chega de tantos remédios, consulte seu cardiologista, faça seus exames, reveja seu consumo, seja responsável. Todos agradecem e o retorno será seu. A natureza não aguentará por muito tempo tanta insatisfação pessoal, consumo exagerado, gente nascendo sem a consciência de que a água vai faltar se não for bem utililizada, de que é preciso poupar, separar o resíduo sólido , respeitar a vida , reciclar, reutilizar e acima de tudo saber amar ao próximo como a si próprio. Quem se ama e se respeita sabe amar e respeitar o outro. Seja  um bom exemplo para sua família e seus amigos.



Débora C. Schilling Machry
Supervisora SMED
Interlocutora do PróSinos

Mortandade Anunciada


Texto Bióloga e Supervisora da RME Débora Cristina Schilling Machry

Na vida de todos os seres vivos dos cinco reinos que existem na natureza todos tem uma única certeza, a morte. Todos tem um Ciclo Vital. Nascer, crescer, desenvolver, reproduzir, envelhecer e morrer. É natural pensar assim. Ninguém gosta de perder alguém seja a circunstância que for.
Alguns seres vivos, ao nascerem já morrem, ou então durante o seu desenvolvimento tem sua vida ceifada. O Ciclo de vida poderá ou não ser reduzido, vários fatores interferem neste processo.
Não é natural acelerar o processo vital de qualquer ser vivente, por ganância, egoísmo, inveja, porque o ser humano se acha “imortal”. Porque pensa que no seu conceito de crescimento, esta palavra significa apenas consumir para deixar de ser infeliz. É necessário aprender a lidar com as tristezas e também pedir ajuda. Se precisa de carinho pede, não maltrate a vida por que ela lhe parece injusta.  
Nosso Rio dos Sinos, infelizmente está sendo vítima de maus tratos. Do rio está sendo tirada uma grande quantidade de água para plantações, há contaminação por esgoto, indústrias jogam seus venenos letais na água.  Parece que estamos acima das conseqüências de nossas ações. Sabemos que não é bem assim. Se espalharmos ações de degradação a natureza não poupará nossas ações futuras. 
O Ciclo Vital dos animais e plantas que dependem deste habitat aquático está sendo abruptamente desrespeitado, cancelado, deletado, cortado... estancado.
Nos primeiros socorros, a prática de torniquete para estancar o sangue não é mais utilizada. Pode causar a necrose e morte de tecidos que até então não apresentavam riscos de infecção e de possível amputação. Fazendo um comparativo com o que está acontecendo com nossas águas também não é certo estrangular o nível de oxigênio a ponto de ter que amputar a vida de um rio que é vital para milhares de vidas. Não faz sentido.  
É esperado que a vida, enfrente vários desafios (fenômenos atmosféricos, predação, competição...num nível tido como normal para as circunstâncias esperadas). Mas não é bem assim, na anormalidade mundial do que está acontecendo a biodiversidade está ameaçada. Aquecimento global, violência socioambiental e falta de cuidado aceleram a degradação do ambiente. Menores serão as chances de todos nós.
Nosso rio está agonizando. Dependemos dele para abastecer nossas casas, para nossa higiene, para fazer nosso alimento, para o nosso  lazer ... para beber.
Nossa existência adquire um sentido de plenitude quando deixamos descendentes que em nossos ideais perpetuarão nossa espécie. Só nós? Os outros seres vivos não tem este mesmo direito?
 Em todas as células está impresso uma condição: deixar descendentes férteis para dar continuidade à evolução.
 Então pergunto, se não temos todas as respostas para a vida ou para a morte e somos criativos, podemos, lá em nossa casa, em nosso trabalho, na convivência familiar encontrar alternativas estratégicas para evitar mais mortandades desnecessárias? Pense nisso, precisamos entender que os problemas são oportunidades para o crescimento e não para limitações.  Tente se colocar no lugar da vida aquática que está sufocando e você verá que é insuportável viver assim e as respostas para a sustentabilidade irão brotar, florecer e frutificar. Tente fazer este exercício, você é capaz!




Débora C. Schilling Machry
Supervisora SMED
Interlocutora do PróSinos