Texto
Bióloga e Supervisora da RME Débora Cristina Schilling Machry
Na vida de todos os seres vivos dos cinco reinos que
existem na natureza todos tem uma única certeza, a morte. Todos tem
um Ciclo Vital. Nascer, crescer, desenvolver, reproduzir, envelhecer
e morrer. É natural pensar assim. Ninguém gosta de perder alguém
seja a circunstância que for.
Alguns seres vivos, ao nascerem já morrem, ou então
durante o seu desenvolvimento tem sua vida ceifada. O Ciclo de vida
poderá ou não ser reduzido, vários fatores interferem neste
processo.
Não é natural acelerar o processo vital de qualquer
ser vivente, por ganância, egoísmo, inveja, porque o ser humano se
acha “imortal”. Porque pensa que no seu conceito de crescimento,
esta palavra significa apenas consumir para deixar de ser infeliz. É
necessário aprender a lidar com as tristezas e também pedir ajuda.
Se precisa de carinho pede, não maltrate a vida por que ela lhe
parece injusta.
Nosso Rio dos Sinos, infelizmente está sendo vítima de
maus tratos. Do rio está sendo tirada uma grande quantidade de água
para plantações, há contaminação por esgoto, indústrias jogam
seus venenos letais na água. Parece que estamos acima das
conseqüências de nossas ações. Sabemos que não é bem assim. Se
espalharmos ações de degradação a natureza não poupará nossas
ações futuras.
O Ciclo Vital dos animais e plantas que dependem deste
habitat aquático está sendo abruptamente desrespeitado, cancelado,
deletado, cortado... estancado.
Nos primeiros socorros, a prática de torniquete para
estancar o sangue não é mais utilizada. Pode causar a necrose e
morte de tecidos que até então não apresentavam riscos de infecção
e de possível amputação. Fazendo um comparativo com o que está
acontecendo com nossas águas também não é certo estrangular o
nível de oxigênio a ponto de ter que amputar a vida de um rio que é
vital para milhares de vidas. Não faz sentido.
É esperado que a vida, enfrente vários desafios
(fenômenos atmosféricos, predação, competição...num nível tido
como normal para as circunstâncias esperadas). Mas não é bem
assim, na anormalidade mundial do que está acontecendo a
biodiversidade está ameaçada. Aquecimento global, violência
socioambiental e falta de cuidado aceleram a degradação do
ambiente. Menores serão as chances de todos nós.
Nosso rio está agonizando. Dependemos dele para
abastecer nossas casas, para nossa higiene, para fazer nosso
alimento, para o nosso lazer ... para beber.
Nossa existência adquire um sentido de plenitude quando
deixamos descendentes que em nossos ideais perpetuarão nossa
espécie. Só nós? Os outros seres vivos não tem este mesmo
direito?
Em todas as células está impresso uma condição:
deixar descendentes férteis para dar continuidade à evolução.
Então pergunto, se não temos todas as respostas
para a vida ou para a morte e somos criativos, podemos, lá em nossa
casa, em nosso trabalho, na convivência familiar encontrar
alternativas estratégicas para evitar mais mortandades
desnecessárias? Pense nisso, precisamos entender que os problemas
são oportunidades para o crescimento e não para limitações.
Tente se colocar no lugar da vida aquática que está sufocando
e você verá que é insuportável viver assim e as respostas para a
sustentabilidade irão brotar, florecer e frutificar. Tente fazer
este exercício, você é capaz!
Débora C. Schilling Machry
Supervisora SMED
Interlocutora do PróSinos
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